Marina: união diante da ameaça das ameaças

Ao declarar apoio a Lula, ex-ministra disse que petista tem condições de derrotar Bolsonaro; candidato do PT revelou que ainda vê necessidade de buscar o voto do eleitor que hoje está com o atual presidente

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) declarou apoio ao candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e disse que o ex-presidente reúne as condições para derrotar Jair Bolsonaro (PL) na eleição de outubro. O anúncio foi feito nesta segunda-feira em pronunciamento para jornalistas em São Paulo.

— Olhando para o que está acima de nós, manifesto meu apoio de forma independente ao candidato e futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva — afirmou. — Compreendo que neste momento crucial da nossa História quem reúne as condições para derrotar Bolsonaro e a semente maléfica do bolsonarismo é a sua candidatura.

O apoio de Marina indica uma sinalização de Lula ao eleitor de centro e também pode ajudar a conquistar o voto evangélico, segmento em que Bolsonaro leva ampla vantagem. Marina é seguidora da Assembleia de Deus desde 1996. Fora do microfone, o candidato do PT revelou que vê necessidade de buscar o eleitor que ainda está com o atual presidente.

— Não é só o voto do Ciro (Gomes) e da Simone (Tebet), é também o voto dos que querem votar no Bolsonaro. Vamos ter que ganhar muito (voto) dele — disse Lula, enquanto Marina respondia a uma pergunta sobre como poderia atuar para trazer para o petista os eleitores que hoje estão com os candidatos do PDT e do MDB.

Marina Silva criticou as ameaças à democracia e o retrocesso ambiental promovido pelo atual governo, além da volta da fome entre famílias em condições de extrema pobreza e o ataque a povos indígenas.

— Estamos vivendo aqui um reencontro político e programático. Porque do ponto de vista das nossas relações pessoais, tanto eu quanto o presidente Lula nunca deixamos de estar próximos e de conversar, inclusive em momentos dolorosos de nossas vidas. Nosso reencontro político e programático se dá diante de um quadro grave da política do nosso país, diante de uma ameaça, a ameaça das ameaças, à nossa democracia — disse a ex-ministra, que começou seu discurso com um agradecimento a Deus, à filha, a companheiros de partido e “amigos da jornada de longos tempos”, como o economista Eduardo Giannetti, presente no evento.

Perguntada sobre o que a levava a essa reaproximação, Marina disse que o momento do país pesou e que esse é um encontro “em defesa dos interesses estratégicos do Brasil”. Segundo ela, o país está entre “democracia ou barbárie, democracia ou aniquilação dos povos indígenas, democracia ou aniquilação do povo preto que está morrendo na periferia, democracia ou destruição da amazônia”.

— É pela responsabilidade com o que está acontecendo com nosso país. Relações políticas e institucionais estão sendo destruídas. Precisaremos de uma grande bancada comprometida com o povo brasileiro para reverter tudo isso.

Por Sérgio Roxo/O Globo

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